Nunca fui de ler HQs, Graphic Novels e afins quando eu era criança, no máximo um antigo padrasto meu me mostrava os quadrinhos do Tio Patinhas, Pato Donald e Zé Carioca. Tudo mudou quando eu li Retalhos na biblioteca da escola que estudei no Ensino Médio, e desde então fiquei procurando obras parecidas, que não sejam de super heróis, algo mais... "Cotidiano", "Slice of Life", "Filosófico", entende? Então eu encontrei Daytripper.
Como eu tinha falado na crítica de Retalhos; Iria demorar bastante até que eu achasse outra obra que eu realmente tivesse vontade de comentar, que realmente... Deixasse uma marca em mim, e eu finalmente achei.
Primeiramente, a arte que compõe a capa de Daytripper foi algo que me chamou muita atenção, apesar d'eu não ter gostado do excesso de texto na mesma, como o nome dos autores... Eu sei, tem que ter, mas a capa teria ficado mágica se fosse apenas a ilustração, o título e o relato do Gerard Way.
A história gira em torno de Brás de Oliva Domingos, filho de um grande escritor brasileiro, ele trabalha escrevendo obituários para um jornal, mas, de verdade, não sabe ao certo quando a sua vida começou, estranho, não?
Teria sido no dia que conheceu a garota dos seus sonhos? No dia que deu o seu primeiro beijo? No dia da sua morte? Os autores Fábio Moon e Gabriel Bá contam em dez capítulos; Cada um, um dia. Os grandes momentos da vida de Brás, toda a sua existência e questionamentos.
Temos como o dia mais importante de Brás... O dia da sua morte. O mais importante, o último. Isso não significa o final da história, muito pelo contrário, cada capítulo se passa em um diferente tempo da vida de Brás, de forma não-linear. Em um Brás tem 21 anos, em outro ele tem 11 anos e assim vai. É interessante notar como ele mudou ao passar dos anos e como a sua personalidade foi sendo construída. Lembra o filme Boyhood? Na minha loucura, sim.
Quais são os dias mais importantes da sua vida?
Posso dizer que o assunto principal, o tema, de Daytripper, foi o que mais me atraiu além da capa, pois é uma história sobre pequenas e grandes escolhas, pequenas e grandes consequências, eu gosto desse drama.
A vida é feita de decepções? A vida tem um script? Eu devo largar tudo e seguir os meus sonhos? O que fazer, questionamentos, questionamentos; Melancolia e o que de fato é importante para cada um de nós.
Então, assim como Retalhos com o Craig, eu levo comigo a excelente experiência que foi ler Daytripper com o Brás. Refletindo bastante sobre os temas, o traço extremamente belo, isso na minha opinião, pois vi gente que não gostou muito... E copiando uma frase que li por aí:
Daytripper é aquela graphic novel e aquele sentimento que você precisa ter na sua estante, mesmo que ele seja o único.Nota para Daytripper: 5/5 estrelas